Fazendo valer a sua tradição e experiência no desenvolvimento de sistemas autônomos complexos e altamente integrados, o ITA conquistou resultado inédito no Setor Elétrico, em nível internacional, no dia 22 de setembro último, na Usina Hidrelétrica Monte Claro do Complexo Ceran, localizada no Rio Grande do Sul.

A equipe do ITA, responsável pela execução técnica do projeto “Sistema Autônomo Subaquático para Inspeção de Túneis de Adução” – P&D Aneel, obteve êxito ao validar experimentalmente o veículo denominado VITA2 – Veículo de Inspeção de Túneis de Adução 2, projeto desenvolvido por professores e pesquisadores da Divisão de Engenharia Eletrônica – IEE, através de parceria com: CPFL Geração, Fundação Casimiro Montenegro Filho, Ceran – Companhia Energética do Rio das Antas, Enercan – Campos Novos Energia S/A e Foz do Chapecó Energia.

A demanda tecnológica justificou-se pela relevância estratégica das Infraestruturas Críticas, no contexto do Setor Elétrico e da Segurança Nacional, sendo esse projeto financiado por Ceran, Enercan e Foz do Chapecó, através de investimento da ordem de R$ 5 milhões em quatro anos.

Pela primeira vez, um robô subaquático dotado de autonomia de navegação e controle executou o mapeamento completo de um túnel de adução de 1.145 metros de comprimento e cerca de 12 metros de diâmetro, através de um conjunto de sensores inerciais e ultrassônicos, obtendo-se com isso a reconstrução 3D do túnel percorrido e possibilitando a investigação de detalhes e acompanhamento da evolução histórica dessa infraestrutura submersa, além de outras igualmente vitais para a geração de energia hidrelétrica.

A inspeção convencional de túneis submersos é uma tarefa desafiadora, pois requer sua drenagem e isso pode aumentar ou mesmo inviabilizar a sua realização, por razões de segurança referentes à estabilidade da estrutura e às vidas humanas envolvidas na operação. Adicionalmente, deve-se considerar que a paralização de uma usina acarreta prejuízos financeiros vinculados às unidades geradoras afetadas.

Os protótipos VITA1 e VITA2 foram desenvolvidos nas dependências do Laboratório de Sistemas Autônomos Subaquáticos, implantado no contexto desse projeto, localizado no ITA, nas proximidades do lago, que foi utilizado como ambiente útil para um conjunto de testes preliminares, além do COCTA que permitiu o uso da piscina para a realização de exaustivos testes de validação, preparatórios às missões em ambiente operacional, realizadas nas usinas: Ceran (RS), Foz do Chapecó (SC), Jaguari (SP) e Capão Preto (SP). Destaque-se que o teste final ocorreu em Veranópolis-RS na UHE Monte Claro da Ceran.