O suicídio no Brasil já faz mais vítimas que a AIDS e mata mais do que vários tipos de câncer. Mesmo assim, muitas pessoas ainda não discutem o assunto e têm medo de encarar as doenças psicológicas que, muitas vezes, levam à morte. A vergonha, o desconhecimento e o desinteresse das vítimas e de seus familiares e amigos em tratar o problema são catalisadores que precisam ser combatidos. Essa é uma das metas do Setembro Amarelo, mês em que adotamos o Amarelo para colorir o movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata 1 brasileiro a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia. Pelo menos o triplo de pessoas tentaram tirar a própria vida e outras chegaram a pensar em suicídio. Apesar de números tão alarmantes, o assunto ainda é tratado como tabu. Evita-se o assunto, o que só colabora para o aumento dos casos, pois as pessoas muitas vezes não sabem que podem procurar ajuda.
A origem do amarelo como a cor da campanha surgiu após a morte de um jovem de 17 anos, nos Estados Unidos. Mike Emme era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo. Em 1994, Mike cometeu suicídio dirigindo o veículo. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida. O setembro amarelo ganhou força em 2015 no Brasil, após uma campanha do CVV (Centro de Valorização da Vida) em conjunto com a CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Os sinais. Fique atento!
Os alertas de comportamento que podem desencadear o suicídio não são tão difíceis de decifrar. A ideia de que a pessoa não avisa, é falsa na avaliação das especialistas. Mudanças de atitude, isolamento, tristeza ou prejuízo na capacidade de trabalho são alguns exemplos. “A falta de esperança e de planos para o futuro, além da ideia de que as coisas não têm saída, também são preocupantes”, e podem ser vistos como sinais.
Suicídio na infância: os sinais são claros!
Estão enganados os pais que pensam que as crianças não apresentam sinais quando estão em situações de risco. Elas também falam muito claramente quando têm vontade de morrer ou estão deprimidas.
As crianças podem ser mais impulsivas ou não avaliar bem o risco, achando que nada vai acontecer. Podem, também, sofrer de transtornos mentais precocemente ou participar de jogos perigosos, para os quais são “facilmente atraídas quando estão deprimidas”.
Suicídio na adolescência: tabu atrapalha a ajuda!
Os jovens de hoje estão sufocados pelas demandas e transições do mundo, isso acaba aprisionando o processo de criação e de se tornarem adultos. O forte vínculo de sucesso a conquistas pessoais, como passar no vestibular, pode atropelar o processo de formação do jovem. Para os adolescentes, algumas das situações deprimentes envolvem ainda as mudanças no corpo e hormonais, momentos de vulnerabilidade, exigências para escolher uma profissão e a compreensão da sexualidade.
Suicídio na vida adulta: mudanças e perdas!
Um dos principais fatores que leva ao suicídio é a depressão, uma doença conhecida por ter grande risco de aparecer em diferentes momentos ao longo da vida. A presença de doenças crônicas, perda de pessoas próximas ou de empregos, assim como mudanças comuns nesta idade, como a troca de cidade ou o afastamento de amigos, também deixam as pessoas mais suscetíveis. É preciso que a família e amigos sejam incisivos quando notam as mudanças de comportamento, e ofereçam ajuda e apoio!
Dicas para lidar com pessoas sob risco de suicídio:
Canais de apoio:
Ligue 188. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece ajuda e suporte na prevenção ao suicídio 24h pelo telefone, e-mail ou chat.
“Sua vida importa”
