O Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, tendo com fundação de apoio a Fundação Casimiro Montenegro Filho, concedem apoio e suporte ao Centro Espacial ITA (CEI), que tem como objetivo prover soluções espaciais para problemas nacionais de forma rápida, melhor e mais acessível, diminuindo a dependência internacional nessa área e valorizando os recursos internos. Além disso, foca em desenvolver áreas do conhecimento ligadas as atividades espaciais ainda não exploradas e essenciais para o Brasil.
Sua missão é pesquisar e desenvolver sistemas espaciais de interesse do Brasil, capacitando os recursos humanos que atuarão no setor aeroespacial e fortalecendo a indústria nacional.
Visão: Ser o principal Centro de fomento, capacitação e apoio das atividades aeroespaciais no COMAER, com capacidade de produzir inovações e tecnologias disruptivas em todos os níveis de maturidade tecnológica até 2020, além de proporcionar serviços de montagem, integração e testes de sistemas espaciais de pequeno porte, relacionados as missões descritas no PESE, até 2025.
Valores: Patriotismo, Inovação, Integridade, Comprometimento e Profissionalismo.
O CEI desenvolve as seguintes ações nos seus laboratórios: aulas de graduação, aulas de pós-graduação (mestrado e doutorado), cursos curtos especializados, pesquisa e desenvolvimento em satélites, além de apoiar outras organizações, sejam elas de caráter público ou privado, em projetos aeroespaciais.
O Centro atualmente é composto por cinco laboratórios: Laboratório de Sistemas Aeroespaciais (LABSIS), Sala Integrada de Gestão de Projeto (SIGP), Laboratório de Simulação de Sistemas Aeroespaciais (LSSA), Laboratório de Controle e Operação de Satélites (LCOS) e Laboratório de Testes de Sistemas Aeroespaciais (LTSA).
Atualmente o CEI possui três projetos principais:
O ITASAT é o primeiro CubeSat 6U desenvolvido pelo ITA. A finalidade primária foi de formação de recursos humanos para o setor aeroespacial. Vale ressaltar, que o projeto tem sido bem-sucedido uma vez que formou pessoas que atualmente trabalham em instituições como INPE, ITA e indústrias do setor aeroespacial. O projeto, fomentado pela Agência Espacial Brasileira, foi configurado em 2012 para o padrão CubeSat e em 2016 foi totalmente integrado para voo. Entretanto, devido a falhas ocorridas no foguete lançador contratado, teve seu lançamento adiado para 2018. Possui como cargas úteis um transponder de coleta de dados desenvolvido pelo INPE (INPE/CRN), um receptor GPS desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceira com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), uma câmera comercial com resolução de 80m por pixel no espectro visível e um experimento de comunicação com a comunidade de radioamadores, experimento este que permite o armazenamento e posterior envio de mensagens de radioamadores. O ITA foi o responsável pelo desenvolvimento da plataforma, bem como da integração e testes das cargas pagas. O ITASAT foi o primeiro satélite brasileiro a fazer um experimento de software de controle de atitude em 3 eixos totalmente desenvolvido no Brasil. Com o ITASAT, a equipe de desenvolvimento do ITA ganhou maturidade nos processos de desenvolvimento de uma plataforma espacial de pequeno porte, do tipo CubeSat, para aplicação em diversos projetos futuros dessa temática. O ITASAT encontra-se funcionando em órbita até o presente momento.
A missão SPORT é fruto de uma parceria entre o Brasil e os Estados Unidos para o desenvolvimento de uma missão de monitoramento do clima espacial, em especial de observação dos fenômenos e condições da ionosfera que levam a formação de bolhas de plasma, bolhas estas que levam a cintilação. A cintilação afeta serviços importantes como comunicações e aeronavegabilidade. Fazem parte esta missão pela parte Americana a NASA (Marshall Space Flight Center e Goddard Space Flight Center), as universidades de UTAH (Utah State University), Alabama (University of Alabama in Huntsville), Texas (University of Texas at Dallas) e a empresa Aerospace, com o aval da Centro Sul de Comando dos Estados Unidos. Pela parte brasileira fazem parte o ITA e o INPE. Neste projeto, a NASA tem a gerencia geral do projeto e as instituições americanas são responsáveis pelo fornecimento dos instrumentos que farão as medidas in situ de grandezas da ionosfera que permitirão modelar o seu estado antes da formação das bolhas de plasma, que se iniciam ao entardecer e finalizam antes do amanhecer. A experiência da equipe do ITA com o ITASAT permitiu que o ITA fosse eleito como o responsável pelo desenvolvimento da plataforma e pela integração de todo o satélite, cujo desenvolvimento tem a FAPESP e a AEB como órgãos financiadores. O INPE fornecerá infraestrutura para montagem, integração e testes bem como será o responsável pela operação do satélite, infraestrutura do segmento solo e de distribuição dos dados, via portal do EMBRACE. Outro aspecto importante a ser frisado no projeto SPORT é que a coordenação do projeto no lado brasileiro é de responsabilidade do ITA. Atualmente o projeto encontra-se no início da fase de integração do Modelo de Engenharia.
O satélite ITASAT-2 terá dois propósitos principais: Primeiro, o monitoramento do clima espacial formando em conjunto com a missão SPORT uma constelação para realização de medidas da condição da ionosfera para fins de avaliação da formação de bolhas de plasma e cintilação, melhorando a resolução temporal das medidas realizadas in situ e permitindo assim o aprimoramento do conhecimento das condições da ionosfera pré-formação das bolhas de plasma. Segundo, prevê-se a inclusão de um sensor de geolocalização, de interesse para o estudar a acurácia do sinal GPS, com fins de aplicação em tráfego aéreo e agricultura de precisão. No ITASAT-2 a plataforma deverá ser desenvolvida pelo ITA, baseada nas experiências decorrentes do projeto ITASAT e do projeto SPORT e as cargas úteis sejam fornecidas por instituições parceiras, como a Technion (Israel). Atualmente o projeto está em conclusão dos estudos Pré-fase A.
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